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Hospital do Seridó: MPRN investiga falhas no atendimento à mulheres na Unidade

O Inquérito Civil nº 06.2014.00002662-2 investiga falhas no atendimento realizado à gestante Danúbia da Silva Noberto, que veio a óbito em 8 de setembro de 2013, 11 dias após a realização de um parto fórceps no Hospital do Seridó. Conforme o termo de declarações da mãe da gestante, a gestação era de alto risco e teve o acompanhamento de uma médica obstétrica, tendo seu parto sido realizado na fundação hospitalar em 28 de setembro de 2013.

Dentre as alegações contidas no termo de declarações, tem-se que Danúbia, na data do seu parto, mesmo apresentando quatro centímetros de dilatação do colo do útero e forte sangramento, não fora internada imediatamente, tendo o profissional médico a encaminhado para casa; porém a gestante voltou à unidade, a meia-noite do mesmo dia, sentindo fortes dores, quando, só então, foi providenciado seu internamento. Foi realizado na paciente um parto fórceps e não foi informado a sua família. Dois dias após, a paciente recebeu alta, porém voltou a sentir fortes dores, o que foi diagnosticado como uma infecção urinária, vindo a óbito, tendo como causa uma septicemia. No termo de declaração destaca-se que o atendimento médico não foi rápido, e houve demora no diagnóstico por problemas na assistência recebida pela paciente.

Essa situação foi investigada pelo Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, resultando em um relatório de visita elaborado pela Comissão de Fiscalização e Denúncias, no qual há relatos da mãe da puérpera sobre negligência médica e hospitalar no atendimento de sua filha.

Um outro caso também investigado é o da morte de Maria Vilma Gonçalves da Silva, 39 anos, natural do município de São Fernando, e de seu bebê. O fato ocorreu no dia 23 de setembro de 2014, no Hospital do Seridó. De acordo com as informações colhidas no Procedimento Preparatório nº 06.2014.0006508-1, Maria estava no segundo trimestre de gravidez e chegou ao hospital na madrugada do dia 23 de setembro de 2014, sentindo fortes dores, mas foi avisada de que o médico de plantão estava dormindo e que, por isso, só seria atendida pelo obstetra quando amanhecesse o dia.

Conforme depoimentos do marido da Maria Vilma e de sua acompanhante, esta teria recebido atendimento médico apenas após as seis horas da manhã, momento em que deu à luz, tendo seu bebê nascido no banheiro da enfermaria do Hospital do Seridó, numa das idas da gestante ao cômodo, sem qualquer assistência de médico ou enfermeira.

Após o nascimento é que a enfermeira dirigiu-se ao banheiro e ali mesmo cortou o cordão umbilical e envolveu a criança em um saco de pano. Embora apresentando forte hemorragia, não houve avaliação médica, segundo as declarações. Em função do sangramento, foi transferida para o Hospital Regional do Seridó, mas já teria sido encaminhada morta.

Já o Procedimento Preparatório nº 06.2015.00000604-1 investiga morte de parturiente e bebê, ocorridas no Hospital Regional do Seridó, em 26 de janeiro de 2015. De acordo com denúncia realizada pelo Presidente do Conselho Municipal de Saúde de Caicó, no dia 26 de janeiro de 2015, a gestante Josana Varela Pessoa fora levada ao Hospital Regional do Seridó, uma vez que apresentava quadro de parada cardiorrespiratória.

Em 26 de janeiro de 2015, mais um caso no Hospital Regional do Seridó. Desta vez, as vítimas foram a gestante Josana Varela Pessoa e seu filho. No Procedimento Preparatório nº 06.2015.00000604-1, que investiga esse caso, consta que Josana chegou a unidade de saúde com um quadro de parada cardiorrespiratória.

De acordo com a denúncia, realizada pelo Presidente do Conselho Municipal de Saúde de Caicó, ao chegar ao hospital, já em choque, tentaram a transferência da gestante para o Hospital do Seridó, a fim de que fosse realizada uma cesária de urgência para salvar a vida do bebê. No entanto, o Hospital do Seridó negou, por duas vezes, o recebimento da paciente, sob alegação de que não tinha condições de recebê-la, diante da gravidade de seu estado. O Hospital, então, encaminhou a grávida para Natal, conforme consta no relatório sobre o óbito elaborado pelo Comitê de Mortalidade Materna Regional, o que foi confirmado pelas declarações do médico plantonista do Hospital Regional do Seridó que fez o primeiro atendimento da gestante.

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